Por L. H. Hoffmann
O ano de 2013 nem bem começou e o
mercado editorial foi sacudido por uma polêmica que, apesar de antiga, vem
travestida de novidade. Graças a dois artigos publicados no caderno “Ilustrada”
do jornal “Folha de São Paulo”, a discussão sobre a publicação de romances
nacionais vem tomando um vulto exagerado, calcada em informações incompletas e
equivocadas, o que pode causar danos ainda maiores no já difícil processo de
publicação de livros de ficção “made in Brasil”.
Diante dos artigos publicados no
referido periódico faz-se necessário algumas ponderações, uma vez que se deve
fazer comparações em condições equivalentes. Fica difícil vencer uma corrida
onde seu adversário está equipado com uma Ferrari e você com um carro 1.000;
Para que o leitor entenda o que estou
falando, sugiro que primeiro leiam as referidas publicações acessando os
seguintes links:
Lidos tais artigos, partamos agora
para uma análise dos dados e argumentos apresentados pelos colunistas e seus
entrevistados.
No artigo assinado por Marcos Rodrigo
a ficção nacional é apresentada como “um investimento ruim”, quando o correto
seria “sem investimento”. As justificativas apresentadas, no meu ponto de
vista, são equivocadas, dando a impressão que o produto “ficção nacional” é
ruim. Isto posto, vamos analisar alguns desses argumentos.
No artigo de Marcos Rodrigo, o
colunista informa que: “a categoria de não ficção é dominada por livros
nacionais, quase sempre ocupando os primeiros lugares. Já entre os títulos de
ficção, encontrar um autor brasileiro é como achar uma agulha em um palheiro.”
A afirmação é inquestionavelmente verdadeira, mas tal fenômeno é algo natural,
uma vez que o público interno está muito mais interessado nas fofocas e
assuntos relacionados ao seu cotidiano do que os de outros países, como
menciona Otávio Marques da Costa – Publisher da Cia das Letras – no próprio artigo.
Outro aspecto levantado na matéria é o fato de que no Brasil não há
tradição de uma literatura comercial de qualidade – palavras do mesmo Otávio – e
há pouca gente se arriscando a fazer uma ficção mais popular. “Quem poderia
fazer isso bem prefere ir para TV, escrever a novela das oito”, diz Sergio
Machado, Presidente do Grupo Editorial Record. Acho que o presidente da Record
não assiste novelas, senão veria a completa ausência de qualidade que as mesmas
tem ultimamente.
O que posso dizer é que existe
literatura de ficção nacional de muito boa qualidade como existe ficção
importada de péssimo gosto. Talvez o Publisher da Cia das Letras – Otávio Costa
– tenha esquecido de levar em consideração que as obras estrangeiras tem um “custo”
mais barato e muitas das vezes já vem “testadas” em seus países de origem no
que se refere ao item “desempenho nas vendas”
Um exemplo disso é o fenômeno
editorial Cinquenta Tons de Cinza, que veio precedido de uma campanha de
marketing e boatos da produção de um filme – o qual se tranformou em realidade
em função do seu desempenho nas vendas. Ao ler o livro em questão, não notei
nada de excepcional que justificasse tal sucesso a não ser o marketing que o
transformou num objeto de desejo de um público, na sua maioria feminino. Harold
Robbins, Cassandra Rios e Judith Krantz já escreviam algo parecido e com maior
qualidade a décadas atrás.
Sobre esse ponto, Machado ainda diz,
em seu depoimento, que: “O último – referindo-se a obra “Encantadores de Vidas”,
de Eduardo Moreira – recebeu uma verba de marketing “agressiva”, de mais de R$
200 mil. Um livro de ficção nacional considerado “normal” recebe cerca de R$
2.000 de marketing.” Outra colocação distorcida, claramente utilizada para
isentar as editoras de suas responsabilidades no que se refere ao fracasso de
vendas da ficção nacional.
Cabe esclarecer aqui que um livro “normal”
de ficção nacional – precisaria saber o que ele entende por “normal” –, raramente
recebe sequer os tais $ 2.000 se não sairem do próprio bolso do autor. Ele ainda
afirma que: “não adianta fazer publicidade de um produto que não vai despertar
o interesse do público”, como se ele soubesse o que o público quer. Ah, mas ele
se baseou em pesquisas e dados concretos para chegar a tal conclusão, podem
afirmar alguns. Sério? Então alguém deve ter interpretado tais dados de forma
errada para que o exemplo que foi dado – Encantadores de Vidas – tenha sido
publicado e se tornado um fracasso de vendas, uma vez que alguém aprovou sua
publicação, acreditando ter QUALIDADE e SER DO INTERESSE POPULAR.
Isso nos remete ao artigo escrito por
Raquel Cozer, que tem como tema a autopublicação que se multiplica no país.
Raquel apresenta alguns cases de sucesso, onde autores como André Vianco e
Eduardo Spohr alcançaram destaque realizando eles mesmos a publicação de seus
primeiros livros, investindo tempo e principalmente dinheiro naquilo que
acreditavam. Aparentemente esses “amadores do mercado editorial” deram uma
lição de como realizar um "marketing agressivo" nos “tubarões do mercado”. Ah,
mas o surgimento de Best-sellers dentro das autopublicações ainda são exceções,
como se pode ler no artigo de Raquel Cozer. Quem vocês acham que, teoricamente,
tem mais recursos para investir? Um autor que precisa pegar dinheiro do FGTS ou
uma editora de grande porte que tem recursos bem maiores?
Acho que isso é um sinal de alerta
para as editoras que vendem o produto livro. Se não tomarem cuidado, muito em
breve seguirão pelo mesmo caminho das gravadoras que se tornaram meras
vendedoras de CDs, uma vez que os cantores passaram a cuidar de suas próprias carreiras,
e com muito mais competência.
Chegou a hora de parar de jogar a culpa
nos autores e de cada um que ocupa um lugar na cadeia produtiva do livro
assumir sua parcela de culpa e contribuir para que a literatura nacional de
ficção se torna tão robusta quanto a estrangeira. Temos sim bons autores de
ficção e um público ávido por lê-los, mas que não sabem de sua existência.
Entendo que é papel das editoras fazer o link entre os dois, mas enquanto
existirem profissionais cujos olhos estão turvos de preconceito e má vontade,
isso também vai cair sobre as costas dos autores. É uma pena!
Um comentário:
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