quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

OS 150 ANOS DE EUCLIDES DA CUNHA



 
Filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudoxia Alves Moreira, Euclides da Cunha é considerado um dos principais nomes da Literatura Brasileira. Nascido a 20 de Janeiro de 1866, foi engenheiro, Militar, Funcionário Público e Jornalista. Homem introspectivo e infeliz, Euclides da Cunha foi protagonista de uma série de tragédias, que marcaram sua vida.
Órfão da mãe aos três anos, foi criado por duas tias, no interior fluminense, e passou um ano com a avó, na Bahia. A instabilidade familiar, a que foi submetido, influenciou, de forma significativa, sua formação, refletindo nos estudos. Transitou por diversas instituições de ensino, até se matricular no colégio Aquino, onde foi apresentado aos princípios republicanos por Benjamin Constant.
Em 1884, editou com colegas o seu primeiro periódico, intitulado “O Democrata”, e publicou o primeiro artigo, que recebeu o titulo de “A Viagem”. No ano seguinte foi para a Escola Politécnica, no Rio, sendo forçado a abandonar a mesma, por falta de recursos.
Já na Escola Militar da Praia Vermelha, porta de entrada para a carreira militar, permaneceu por dois anos, sendo preso e expulso ao quebrar seu sabre e se recusar a prestar continência ao Ministro da Guerra do Império, Tomás Coelho. Considerado “doente dos nervos” pelo médico da escola militar, Euclides da Cunha viajou para São Paulo, onde foi recepcionado pelos republicanos, conhecendo o então diretor do jornal “A Província de São Paulo”, hoje atual “O Estado de São Paulo”, Julio Mesquita.
Com a proclamação da republica, em 1889, Euclides foi reintegrado ao exército pelo novo Ministro da Guerra, seu amigo Benjamin Constant. Foi na casa do Major Sólon Ribeiro, o militar responsável em entregar o comunicado a D. Pedro II para deixar o país, que conheceu Anna, irmã do major, à época com 15 anos, com quem se casaria dez meses depois, em 1890.
Dois anos depois, quando concluiu os corsos de Estado Maior e engenharia, na Escola Superior de Guerra, Euclides passou a colaborar, de forma regular, para o jornal do amigo Julio Mesquita, onde assinou artigos com o pseudônimo de José Dávila, Poudho ou simplesmente E.C.
Em novembro de 1897, deixou seus afazeres públicos para trabalhar como enviado especial, cobrindo a Guerra dos Canudos, a convite de Julio Mesquita. Em seu retorno, escreveu o seguinte sobre a revolta de Antonio conselheiro: “Aquela campanha lembra um refluxo para o passado, um crime.” Tais reportagens serviriam de gêneses para sua grande obra-prima, “Os Sertões
A primeira edição de “Os Sertões” foi publicada em dezembro de 1902, após várias revisões e correções. O livro de 633 páginas, com uma tiragem provável, à época, de dois mil exemplares, se esgotou em poucas semanas. Críticos da época, como Silvio Romero e Araripe Junior, receberam a obra com entusiasmo e, no ano seguinte, Euclides da Cunha foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Convidado pelo Itamaraty, participou da comissão no Alto Purus, que tinha como objetivo fixar os limites geográficos de Brasil e Peru. Contraiu malária em Manaus e ao retornar para São Paulo, voltou a apresentar sintomas de uma antiga tuberculose. Apesar de doente, trabalhou no gabinete do Barão de rio Branco e escreveu artigos para o “Jornal do Commercio”, além de publicar o livro “Contrastes e Confrontos
Seu casamento começou a desmoronar quando descobriu a traição conjugal de sua esposa com um tenente do Exército, Dilermando de Assis, um homem mais novo que ela, negando a esposa a separação. Um dos filhos, Luis, era chamado por ele de “espiga de milho no meio do cafezal”, pois o menino era loiro, como Dilermando, enquanto que os demais eram morenos.
Em 1906, enquanto o marido se tratava da malária, Anna teve outro filho com o amante, Mauro, que viveu sete dias.
Num sábado, dia 14 de agosto de 1909, Euclides tomou emprestado o revolver do primo, alegando que era para matar um cão hidrófobo, mas no dia seguinte, pegou um trem, levando no bolso um talão de cheques e uma foto dele com Anna, da época em que ainda eram noivos.
Chegando a casa de Dilermando, na estrada Real de Santa Cruz, nº 214, no bairro de Piedade, no rio de Janeiro, Euclides foi atendido pelo irmão do amante. Entrando na residência com a arma em punho, disparou duas vezes contra Dilermando. Campeão de tiros, o amante de Anna e disparou contra o marido traído. Mesmo ferido, Dilermando atirou duas vezes contra Euclides. Uma bala acertou o pulmão direito do escritor, que caiu morto.
Um dos primeiros a chegar ao local, o escritor e deputado Coelho Neto, telegrafou ao presidente da República, Nilo Peçanha, ao Barão de rio Branco e a rui Barbosa, para dar a notícia.
O corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio. Em 1982, seus restos mortais e os do filho Euclides da Cunha Filho foram trasladados para São José do Rio Pardo. Dilermando, que viria também a matar Euclides da Cunha Filho, depois deste ultimo tentar vingar a morte do pai, atirando contra ele, num cartório do Rio de Janeiro, foi absolvido nos dois casos, chegando ao posto de general. Morreu de câncer em 1951, aos 63 anos.
 Ao completar 150 anos de seu nascimento, Euclides da Cunha é um expoente da literatura brasileira, tendo “Os Sertões”, sua obra-prima, ganhando outras mídias. Sua vida serviu de base para a minissérie “DESEJOS”, onde o escritor foi interpretado por ninguém menos do que Tarcísio Meira.
Que venham mais 150 anos de devoção a tão ilustre escritor.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

HERÓI CONTRA HERÓI



     Em breve teremos, de um lado do ringue, Superman. Do outro, Batman. Um mês depois, outra luta, que vem sendo chamada pelos marqueteiros de plantão, como “a maior do século”, colocará frente a frente Capitão América e Homem de Ferro. E cadê os vilões?
     O ano de 2016 marcará um dos maiores embates de heróis, envolvendo os maiores representantes das duas editoras rivais, a Marvel e a DC Comics, tendo como ringue as telas de cinemas.
     Batman Vs Superman: A Origem da Justiça, que estreia no Brasil em 24 de março, e Capitão América: Guerra Civil, previsto para 21 de abril, levaram para os cinemas histórias em quadrinhos emblemáticas de seus personagens.
     O primeiro adapta alguns aspectos de O Cavaleiro das Trevas, série responsável por levar Frank Miller ao posto dos gigantes do gênero, encontrando uma forma de o humano e engenhoso Batman ser capaz de derrotar o todo-poderoso Superman, numa batalha cheia de significados e subtextos. Dois heróis, duas ideologias, uma rivalidade acirrada desde os primeiros encontros.
     A obra de Frank Miller foi a base para o trabalho de Zack Snyder, diretor de A Origem da Justiça, mas o encontro inédito dos heróis no cinema tem o objetivo de deixar claro que os dois principais personagens da DC Comics convivem no mesmo universo cinematográfico e a presença de alguém tão forte quanto Superman, capaz de destruir cidades inteiras, assusta um já experiente Batman, que assume para si a obrigação de eliminar o alienígena de colante azul e capa vermelha.
     A partir desse filme, Zack Snyder parte para criar nos cinemas a Liga da Justiça, o encontro dos maiores heróis da DC Comics. A Mulher Maravilha, interpretada por Gal Gadot, também está no longa de março.



     No mês seguinte, é chegada a vez de Tony Stark e Steve Rogers vestirem seus uniformes e ocuparem lados opostos. Detalhes da trama ainda não foram revelados, mas sabe-se que uma ação mal planejada do Capitão e seus amigos causa uma nova comoção mundial a favor de que os Vingadores passem a trabalhar para as Nações Unidas, não mais de forma independente. O Homem de Ferro concorda, mas o Capitão América, depois de ser usado como arma política nos outros dois filmes solo, não entende que essa é a melhor solução. Há uma divisão entre os heróis da Marvel, assim como acontece nos quadrinhos; dois times se formam e a pancadaria tem início.


     Foi uma grande jogada, nas HQs, colocar herói contra herói. As vendas, antes capengas, cresceram e mostraram um caminho a seguir. Alguns álbuns, inclusive, mostravam o embate entre a turma da DC Comics versus os encapuzados da Marvel. Nas telas de cinema, contudo, é cedo para imaginar que filmes de super-heróis já precissem desse empurrão, uma vez que já tivemos obras em que o vilão se tornou muito mais interessante do que o herói protagonista, vide o Coringa, de Heath Ledger. A sorte está lançada. Façam suas apostas.

Fonte: Jornal “O Estado de S. Paulo”, C1 – Pedro Antunes.

ATRASO NO NOVO LIVRO DE GEORGE R. R. MARTIN



O escritor George R. R. Martin anunciou que atrasou a entrega do sexto volume da série “The Winds of Winter
 ______________________________
 
Os fãs da série dee livros “As Crônicas de Gelo e Fogo”, adaptada para a televisão pela rede HBO no seriado Game of Thrones, terão de esperar mais um pouco pelo sexto volume da saga. No sábado, 02/01/2016, o escritor norte-americano George R. R. Martin informou em seu blog que não conseguiu terminar o próximo volume da saga, que tem o título provisório de “The Winds of Winter”, dentro do prazo.
Estava acertado que ele entregaria a história no dia 31 de dezembro para que fosse publicada em março de 2016. Entretanto, o anúncio do atraso significa que, quando a sexta temporada de TV estrear, em abril, Martin ainda estará escrevendo o livro como indicou. Segundo o autor, ele levará mais alguns meses para terminar The Winds of Winter.
Em seu blog, Martin pediu desculpas aos fãs. “Aproveitem a série. Aproveitem os livros. Enquanto isso, eu continuarei escrevendo. Um capítulo de cada vez. Uma página de cada vez. É a maneira que eu sei fazer!”, disse. “Durante anos, meus leitores estiveram à frente dos telespectadores. Este ano, por várias razões, será o contrário”, completou.
Mais ainda, o escritor afirmou que, entre editores, agentes, tradutores e a HBO, é ele quem está “mais decepcionado” com o atraso da publicação do novo livro.
O autor da série que inspirou Games of Thrones tampouco havia cumprido o prazo precedente de entrega de The Winds of Winter, que estava fixado para outubro do ano passado. “Os prazos me estressam”, desabafou George R. R. Martin na nota. Ele também agradeceu “as palavras amáveis e bons desejos” dos leitores nos comentários de seu blog.
Para depois de The Winds of Winter, já está acertado que Martin produzirá o sétimo volume da saga, cujo título deverá ser A Drem of Spring.

Fonte: Agências Internacionais