Fevereiro 2013
LEONARDO BRUM
Leonardo Brum iniciou na escrita no seu
tempo de adolescência, quando surgiram os primeiros textos que lhe renderam
menções honrosas em concursos literários. Na mesma época, nasceu a paixão pelo
mistério, quase uma obsessão - nas palavras do autor - quando passou a devorar
livros e filmes do gênero. Os primeiros esboços de histórias mais longas já
davam mostras do estilo marcado pela trama criativa e envolvente, o suspense
impactante onde o real e o imaginário se confundem, e o lugar-comum como o
palco essencial da fantasia e do sobrenatural. Abordando temas diversos como o thriller psicológico, a realidade
fantástica, o terror, vampirismo e Ufologia, Leonardo Brum explora as
limitações humanas ante a situações incomuns e a coragem de superar os próprios
medos e frustrações. Em suma, a irrealidade que gera uma reflexão para o mundo
cotidiano.
Fontes da Ficção –
Leonardo, primeiramente, agradeço por nos conceder esta entrevista e começo
pedindo para que fale um pouco do início de sua carreira como escritor.
Leonardo Brum – Saudações a todos. Embora eu escreva
histórias desde a adolescência, eu resolvi encaminhar Um Mundo Perfeito para as Editoras somente em 2007, quando achei
que a história já estava bem amadurecida.
Eu achei que, a partir da publicação, as coisas seriam mais fáceis. Mas
publicar um livro, na verdade, é apenas um começo. Existe uma grande distância entre publicar um
livro e torná-lo conhecido. Isso depende de muitos fatores, como perseverança,
participação em eventos, conversas com leitores, etc. E, claro, a história
precisa ser boa. A parceria da editora é fundamental nesse processo. Sem ela,
um bom livro pode passar despercebido. A editora precisa planejar não só a
distribuição do livro em canais relevantes, mas também promover uma assessoria
eficiente ao autor. Eu fui o autor que teve a segunda edição publicada em menor
tempo na Novo Século: Um Mundo Perfeito
esgotou-se em apenas um ano, e logo em seguida foi publicada a segunda edição,
com nova roupagem gráfica. Eu me dediquei bastante à divulgação, porque
acreditava muito na história do livro. Com o tempo, fui surpreendido com
divulgações em veículos importantes, como a Folha
de São Paulo, a Folha de Minas, a Rede Tv! e a Rede Minas de Televisão. E
as boas vendas do livro me abriram as portas para novas publicações na editora.
Fizemos sessões de autógrafos em várias capitais no país. Mas ainda existem
percalços, claro. Ser escritor no Brasil não é fácil. É preciso atrair a atenção
do mercado para a literatura nacional, que é tão carente de incentivos e
investimentos. Mas creio que a dificuldade inicial foi superada. Hoje sou mais
conhecido e as pessoas estão lendo Terra
Cruz muito em razão do fato de terem gostado do primeiro livro.
Fontes da Ficção –
Bem, vamos às perguntas de praxe: Quais são suas principais influências
literárias?
Leonardo Brum – A
escrita é algo que está sempre em movimento, assim como é a cultura de um país,
que está sempre se modernizando e amadurecendo. Eu comecei a escrever livros de
suspense a partir do momento que me encantei com os filmes das histórias de
Stephen King e com os filmes de Alfred Hitchcock. Psicose, para mim, é uma obra essencial de suspense. Ela tem todos
os ingredientes necessários para uma boa história nesse estilo. Mais tarde, li
outras coisas importantes: Machado de Assis, Clarice Lispector, Whitley
Strieber, Patrick Suskind, Anne Rice. Esses autores me deixaram num estado de
encantamento que me arrastou definitivamente para a escrita. Nunca mais
parei. E é possível sempre reinventar
esse estilo, a partir de novas experimentações e procurando abusar da
imaginação. O inusitado é sempre um tempero em minhas histórias.