NOME ORIGINAL: O vocábulo "Bruxa" é de origem desconhecida, provavelmente de
origem pré-Romana. No entanto, existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas:
*brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia);
ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa
Bricta ou Brixta.
PAÍS: Principalmente os países de Cultura Cristã
CARACTERISTICAS: é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha,
nariguda e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e
dotada de uma gargalhada terrível. É inegável a conexão entre esta visão e a
visão da Hag ou Crone dos anglófonos. É também muito popularizada
a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou
com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos. Alguns autores
utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de
conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia.
HISTORICO: Às bruxas são retratadas em registros da Idade Média, incluindo histórias
infantis que permaneceram em evidência até os dias atuais. Admite-se uma
ressalva: elas parecem ter existido apenas no imaginário popular como uma velha
louca por feitiços enigmáticos, surgidas na esteira de uma época dominada por
medos, quando qualquer manifestação diversa ou mesmo a crença na inexistência
de bruxas da forma retratada pelas autoridades clericais eram implacavelmente
perseguidas pela Igreja.
A feitiçaria é
citada desde os primeiros séculos de nossa era. Autores como o filósofo grego Lúcio
Apuleio (123-170 d.C.) fazia alusão a uma criatura que se apresentava em forma
de coruja (Hécate), que na verdade era uma forma descendente de certas mulheres
que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos. Para os
intelectuais, estes acontecimentos não passavam do imaginário popular, sonhos,
pesadelos e, assim, recusavam-se a admitir a existência de bruxas. Porém, entre
muitos povos não era assim: os éditos dos francos salianos falavam da Estrige
como se ela existisse de fato. Os penitenciais atestavam a crença nessas
mulheres luxuriosas. No início do século XI, Burchard, o bispo de Worms, pedia
aos padres que fizessem perguntas às penitentes no intuito de descobrir se eram
seguidoras de Satã.
Até ao século
XIII a Igreja não condenava severamente esse tipo de crendice. Mas nos século
XIV e XV, o conceito de práticas mágicas, heresias e bruxarias se confundiram
no julgo popular graças à ignorância. Eram, em geral, mulheres as acusadas. Hereges,
cátaros e templários foram violentamente condenados pela Inquisição, tomando a
vez aos judeus e muçulmanos, que eram os principais alvos da primeira
inquisição (século XIII).
Curiosamente, foi
exatamente a partir da primeira inquisição que a iconografia cristã passou a
representar o "Arcanjo Decaído" não mais como um arcanjo, mas com a
aparência de deuses pagãos, como Pã e Cernunnos. Tal fato levou, séculos após,
à suposição de que bruxas eram adoradoras do demônio, o que não faz sentido,
uma vez que a figura do demônio faz parte do dogma cristão, não pertencendo às
crenças pagãs e nem existindo personagem de caráter equivalente ao diabo em
qualquer panteão pagão.
O uso alternativo
do nome Lúcifer para designar o mal encarnado, na visão cristã, agravou a
ignorância a respeito do culto das bruxas, uma vez que o nome Lúcifer, pela
raiz latina, representa portador/fabricante da luz (Lux Ferre), inescapável
semelhança ao mito grego de Prometeu, que roubou o fogo dos céus para trazê-lo
aos homens.
O movimento de
repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média, alcançou maior intensidade no
século XV para, na segunda metade do século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria no norte
da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira metade do século
XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira metade do século XVII,
diminuindo para 3 na segunda metade daquele século e para um único no seguinte.
(Claude Gauvard - membro do Institut Universitaire de France).
Em 1233 o Papa
Gregório IX admitiu a existência do sabbat e esbat. O Papa João XXII, em 1326,
autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de
Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam
arruinar a Igreja.
Comunidades do
centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453)
uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas às mulheres da região,
de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a interrogatórios e
torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes contra as crianças, e
condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal. As que não confessavam eram,
muitas vezes, linchadas e queimadas pela multidão, irritada com a falta de
condenação.
Os tratados
demonológicos e os processos de feitiçaria se multiplicaram, por volta de 1430,
marcando uma nova fase da história pré-iluminista, de trágicas dimensões. Em 1484
o Papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus,
confirmando a existência da bruxaria. Em 1484 a publicação do Malleus
maleficarum ("Martelo das Bruxas") orientou a caça às bruxas com
ainda maior violência que obras anteriores, associando heresia e magia à
feitiçaria.
A Inquisição,
instituída para combater a heresia, agravou a turba de seguidores inspirados
por Satã. Havia, ainda, um componente sexista. Os bruxos existiam, mas eram as
mulheres, sobretudo, que iam queimadas nas fogueiras medievais.
FATOS REAIS: As bruxas, tal qual são descritas, jamais existiram de fato, mas
inumeras pessoas foram acusadas pela igreja como bruxas, sando condenadas a
morrer na fogueira. O caso mais ilustre é o de Jeanne d'Arc, queimada viva pelos borguinhões em 1431,
acusada de heresia e bruxaria, vindo mais tarde a ser canonizada como Santa.
TELEVISÃO E CINEMA: Alguns filmes que tem em seu tema o envolvimento
de Bruxas.
- As Bruxas de Eastwick (The Witches of Eastwick – 1998)
- Caça as Bruxas (Season of the Witch – 2011)
- João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel &
Gretel: Witch Hunters – 2013)
-
As Bruxas de Salem (The Crucible – 1996)
-
Série de TV Charmed (Charmed – 1998 a 2006)
SAIBA MAIS: Algumas fontes para
pesquisa.
- O Martelo das Feiticeiras (Livro –
Malleus Maleficarum)
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