J. Modesto é Arquiteto e Urbanista, fã ardoroso de
Histórias em Quadrinhos (HQs), cinema e amante dos livros, iniciou sua carreira
literária em 2006 e não mais parou. É autor de livros de Literatura Fantástica,
sempre com um toque do Brasil, e participante de várias coletâneas, dentre as
quais se destaca a AMOR VAMPIRO.
Fontes da Ficção – Modesto, primeiramente, agradeço por
nos conceder esta entrevista e começo pedindo para que fala um pouco do início
de sua carreira como escritor.
J. Modesto – É eu que agradeço a oportunidade que o
Fontes da Ficção está me dando de falar um pouco do meu trabalho como autor.
Minha fascinação pela escrita começou na adolescência, época que era um grande
devorador de Gibis e livros da Agatha Christie. Foi nesse período que escrevi
vários contos misturando Super-Heróis, mistério e suspense. Um dos personagens
do meu primeiro livro, TREVAS, foi criado durante essa fase. Posteriormente,
fui apresentado as obras de H. P. Lovecraft, mergulhando no mundo do Terror, de
onde não mais saí. Contudo, apesar da criação literária abundante, era muito
tímido e avergonhado para mostrar meus textos. Contudo, uma colega de trabalho
que também escrevia leu e me incentivou a publicar. Criando coragem, procurei
uma editora e meu primeiro romance foi publicado em 2006. De lá pra cá, já
foram três obras solo e 2 participações em coletâneas. Neste ano deve sair mais
duas coletâneas com minha participação e tenho outros cinco originais prontos
para analise pelo meu editor, visando a próxima publicação de um livro solo
para o segundo semestre de 2013.
Fontes da Ficção – Bem, vamos às perguntas de praxe:
Quais são suas principais influências literárias?
J. Modesto – As duas mais fortes são sem dúvida as HQs
e o Cinema, mas sofri muitas outras influencias na área literária, pois desde
cedo fui um leitor ávido. H. P. Lovecraft foi uma influencia marcante em minha
decisão de enveredar pelo Terror. Mas também bebi de fontes como Stephen King,
Anne Rice, Edgard Alan Poe e André Vianco, dentre outros.
Fontes da Ficção - Do seu primeiro livro publicado (Trevas) até
o mais recente (Vampiro
de Schopenhauer), quais foram as principais mudanças que você
pôde perceber no escritor J. Modesto e na Literatura Fantástica como um todo?
J. Modesto – Pergunta complexa. Deixe-me pensar um
pouco... Bem, em mim, creio que o que vem melhorando é a escrita, algo natural,
uma vez que tal qual qualquer outra coisa, quanto mais se usa, maior
experiencia e qualidade se adquire. Meu vocabulário, conhecimento de gramatica
e ortografia, bem como forma de estruturar os textos vem se aperfeiçoando
constantemente. Meu estilo de escrita também vem evoluindo, mas sem perder
minhas características.
Com relação a Literatura Fantástica como um todo, fica evidente para mim que
ela se consolidou no gosto de uma parcela dos leitores, em especial no
exterior. No Brasil, nota-se um incremento significativo, com o surgimento de
muitos autores novos, mas deve-se tomar o cuida com a qualidade das obras
produzidas. Tal qual os livros editados no exterior, temos muita coisa boa, mas
muita coisa ruim, também. A diferença vivida pela Literatura Fantástica
Nacional é o preconceito sem fundamento contra o que é nacional.
Fontes da Ficção – Modesto, em Trevas, nota-se
um texto voltado mais para a aventura, em Anhangá, apesar de também ter
um toque de aventura, você se concentrou em explorar nosso folclore e, agora,
em Vampiro de Schopenhauer, você se enveredou pelo realismo fantástico..
Você tem algum estilo literário favorito? Qual?
J. Modesto– Na
verdade em gosto de trabalhar o texto de forma que o leitor sinta que tudo
aquilo pode ou está acontecendo no seu cotidiano e para isso utilizo-me de
fatos ou passagens históricas que realmente aconteceram. Bem como nome de ruas
e lugares que existem ou existiram. Em TREVAS, conto um pouco da história de
Vlad Tepes, o herói romeno que Bram Stoker supostamente se baseou para criar seu
famoso Drácula. Vlad Tepes existiu realmente. Em Anhangá, temos a participação
de José de Anchieta nos primeiros dias após a fundação de São Paulo de
Piratininga e agora em VAMPIRO DE SCHOPENHAUER, exploro um pouco da vida e do
pensamento do famoso filósofo alemão Arthur Schopenhauer, em seus últimos dias
de vida. Pelo que me lembro, Realismo Fantástico é dado pela relação entre o
real e o imaginário, fundindo-se ao ponto do leitor não conseguir por diversas
vezes vislumbrar a linha que separa o real do ficcional e isso é uma coisa que
me agrada. Gosto também que utilizar uma técnica chamada de “suspensão”. Essa
técnica consiste em mudar de cena quando esta está no seu ápice e retomá-la
mais a frente. Acho que meu estilo literário é o resultado basicamente dessas
duas vertentes.
Fontes da Ficção – O que
você acha do cenário literário brasileiro no geral?
J. Modesto– Se
compararmos com o resto do mundo, nosso cenário literário é deprimente, mas se
considerarmos a evolução por que a literatura nacional está passando, em
especial a Literatura Fantástica, vejo esperança no horizonte. Temos uma
sementinha que foi plantada e que germinará. Agora, se essa árvore dará bons
frutos vai depender dos cuidados que irá receber daqui pra frente. Os jovens
tem que ser incentivados no seu hábito de leitura, o autor nacional precisa ser
valorizado, combatendo o preconceito de que tudo que é nacional é ruim. Maior
intercambio entre as áreas e profissionais envolvidos, tais como autores,
editores, professores, revisores, capistas, distribuidores, revendedores,
livreiros e, principalmente, o leitor. Sem isso, os frutos demorarão a serem
produzidos e certamente muitos perderão.
Fontes da Ficção – Agora
vamos nos concentrar na Literatura Fantástica Nacional. O que você acha dela? Tem
futuro? E os novos autores desse gênero, o que me diz deles?
J. Modesto – Como
já disse, o cenário literário nacional está mudando graças a Literatura
Fantástica, e o potencial é muito grande. Foi graças a série Harry Potter que
os jovens voltaram a ter interesse pela leitura, descobrindo outros universos,
tais como Nárnia e Senhor dos Anéis. Tais obras influenciaram muito as mudanças
na literatura nacional e uma gama de obras do genero pipocou nas livrarias.
Como exemplo podemos citar André Vianco com seus livros de vampiros. Segue-se a
isso, AMOR VAMPIRO, que foi um divisor de águas, apresentando ao publico
brasileiro outros autores nacionais. A partir daquele momento, o Vianco não
estava sozinho e a iniciativa, alem de apresentar outros autores, encorrajou8
aqueles que estavam adormecidos a despertarem. Mas não vamos ser hipócritas em
dizer que tudo era ótimo. Tal qual as produções estrangeiras, também temos
muita coisa ruim, que com o passar do tempo serão naturalmente descartadas,
separando-se o joio do trigo. Somente o que é bom persiste.
Contudo o caminho ainda é longo, o preconceito contra o autor
nacional é forte, os autores iniciantes, principalmente em jovens, estão
deslumbrados com o “status” de autor e não se preparam como deveriam,
demonstrando deficiências de escrita e narrativa, refletindo os problemas por
que passa nosso sistema educacional. E como disse o Nelson Magrini numa
entrevista ao FONTES, isso não afeta apenas ao jovem autor. Os próprios
revisores pecam demais por um domínio deficiente da língua, afetando a cadeia
produtiva e que fatalmente compromete o produto final – o livro – contribuindo
ainda mais para fortalecer o preconceito de que o que o autor nacional produz
não presta.
Concordo com o Nelson quando ele
diz que: “Para se resolver o problema de leitura no país, antes de qualquer
coisa, é necessário se resolver o problema da educação, prioridade esta que se
impõe a qualquer partido político que venha a estar no poder. Sem isso, não
teremos leitores, escritores ou qualquer outro profissional ligado às letras
com um mínimo de competência”.
Fontes da Ficção – Que
outros autores da Literatura Fantástica, tanto nacional como
estrangeira, você recomendaria?
J. Modesto– Dos
nacionais não posso deixar de indicar André Vianco, autor que bebi da fonte,
Nelson Magrini, Leonardo Brum e James Andrade, entre outros tantos. De
estrangeiros, meu maior ídolo H. P. Lovecraft, Stephen King, F. Paul Wilson e
Clive Barker.
Fontes da Ficção – E com
relação ao mercado editorial? Nesse “novo mundo moderno”, digitalizado e
virtual, você acredita que o livro convencional estará morto num futuro
próximo?
J. Modesto– Acho
que não. O livro convencional será um artigo para poucos, tal qual o disco de
vinil se tornou depois do advindo do CD. Agora com relação ao livro em si, este
nunca morrera. Estará grafado em outras mídias, mas estará sempre ali.
Fontes da Ficção - Você vê a
internet e seus novos recursos como uma escolha a mais para publicar?
J. Modesto – Para
publicar ainda não. Esse tipo de processo precisa ser aperfeiçoado. Hoje a
internet serve de um ótimo meio de divulgação. A internet e seus recursos é um
meio para cada profissional e empresa apresente seus produtos e trabalho,
interagindo com seus clientes. Com o autor não é diferente.
Fontes da Ficção - Porque o
jovem leitor brasileiro deveria ler suas obras?
J. Modesto – Bom...
difícil responder sem parecer presunçoso, mas vamos lá. Acho que minhas obras
tem tudo que, no meu ponto de vista, o leitor gostaria de encontrar numa obra
de ficção fantástica. Antes de me tornar autor, fui, e sou, um voraz leitor.
Devoro livro de todos os gêneros, mas devo confessar que leio mais os de
Literatura Fantástica. Então acho que conheço um pouquinho sobre o que o leitor espera. Obviamente, ninguém é
unanimidade, então...
Fontes da Ficção – Quais
são seus novos projetos?
J. Modesto –
Atualmente estou trabalhando numa trilogia que deve ser lançada em 2014, mas já
tenho quatro originais prontos, aguardando o momento de sua publicação. Existem
duas duas coletâneas que tem minha participação e devem sair até o final do
ano. Isso sem contar os vários projetos que tenho a sinopse rabiscada e
aguardam serem desenvolvidas.
Fontes da Ficção - Vamos fazer um pequeno
Bate-Volta.
J. Modesto – Manda!
Fontes da Ficção - Tipo de Música Preferida:
J. Modesto – Rock
Clássico e Sertanejo
Fontes da Ficção - Melhor Cantor(a) Estrangeiro(a):
J. Modesto – O
eterno Rei, Elvis Presley e James Dio. Cantora Tina Turner.
Fontes da Ficção - Melhor Cantor(a) Nacional:
J. Modesto– Cantor
não tenho preferidos. Cantora, Elizabeth (Jovem Guarda)
Fontes da Ficção - Melhor Filme Estrangeiro
J. Modesto – Blade
Runner.
Fontes da Ficção - Melhor Filme Nacional:
J. Modesto – Tropa
de Elite
Fontes da Ficção - Duas Influências Literárias
Estrangeiras:
J.
Modesto – H. P. Lovecraft,
Stephen King e F. Paul Wilson
Fontes da Ficção - Duas Influências Literárias
Nacionais:
J. Modesto – André
Vianco e José de Alencar
Fontes da Ficção - Comida que mais gosta:
J. Modesto – Frango
Assado e Costela Suína
Fontes da Ficção - Carro dos sonhos:
J. Modesto –
Atualmente, IX35 automático
Fontes da Ficção - Objetivo na vida:
J. Modesto – Tornar-me
um autor de sucesso e viver da literatura.
Fontes da Ficção - Obrigado pela entrevista e fique
a vontade para suas palavras finais.
J. Modesto –
Obrigado ao novo Fontes da Ficção por esta oportunidade.
Abraço a todos!
Informações Úteis
Site do Autor: http://www.jmodesto.com.br
Contato com o Autor: jmodestoautor@gmail.com
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