sábado, 26 de maio de 2012

Azazel

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Título:           AZAZEL
Autor:           ISSAC ASIMOV
Editora:        Record
N° Páginas:  222
ISBN:            85-01-03808-3
Gênero:         Literatura Fantástica – Fantasia 

O AUTOR
Falecido em 06/04/1992, foi reconhecido ainda em vida um dos “Três Grandes” escritores de Ficção Científica, juntamente com Robert A Heinlein e Arthur C. Clark.
Sua obra mais famosa é a série “Fundação”, também conhecida como a “Trilogia da Fundação”. Escreveu também outros gêneros e é uma dessas suas obras que irei abordar.

A OBRA
AZAZEL é uma coletânea de contos de ISAAC ASIMOV, primeiramente publicada em 1988. As histórias tomam a forma de uma conversa entre o autor desconhecido e um amigo chamada George, capaz de conjurar um demônio de 2 centímetros de altura, ao qual chama AZAZEL e que possui poderes fabulosos.
Dono de um gênio impulsivo, AZAZEL interfere na vida das pessoas causando inesperadas e hilariantes confusões.
Peço aos leitores que se lembrem ser esta obra uma coleção de sátiras humorísticas. Não esperem algo contrário por tratar-se de Asimov ou ficarão decepcionados. 
Azazel é um demônio bonzinho, que insiste que seus poderes devem ser usados para fazer o bem a outras pessoas, mas que acaba sempre em trapalhadas. 
Desde o primeiro conto “O demônio de dois centímetros” podemos ver que George é na verdade um falastrão! Diz-se descendente de uma família altamente aristocrática, mas sem recursos, considera-se intelectualmente superior a seu interlocutor e condescendente com suas limitações. 
Dono de um coração enorme e completamente desinteressado (imagina se isso é verdade!) utiliza maneiras mágicas descobertas por um de seus antepassados para requisitar a ajuda de Azazel em situações das mais variadas, interrompendo o pequeno demônio em situações por demais inusitadas. 
Sempre visando satisfazer a vontade de algum conhecido e adulando o pequeno demônio, George cria as mais disparatadas situações. Desde melhorar os reflexos de um jogador de basquete por quem sua afilhada Juniper está apaixonada até melhora a aparência de outra afilhada que só pensa em fazer o marido feliz, George tenta fazer a felicidade de seus conhecidos e as falhas, mas não reconhecidas como tal, sempre recaem sobre a impossibilidade de compreender a humanidade como um todo pelo demoniozinho.  
Em suas histórias vemos que os interessados em sua ajuda nem sempre possuem os desejos mais elevados ao solicitá-la, uma vez que em suas próprias palavras, George “acaba sempre atraindo confidências pela sua aparência de honestidade e nobreza”.
Passamos por situações de vingança, disfarçada em reconhecimento em “Uma noite de música” e “O sorriso roubado” nos remete ao “Retrato de Dorian Grey” onde o quadro pintado reflete a situação da alma de Dorian e no conto, uma foto tratada por Azazel suga toda a felicidade de Kevin, marido taciturno de Rose, afilhada de George que reclama que o marido anda muito fechado e gostaria de uma foto de um momento feliz para lembrar-se do por que se apaixonou pelo marido. 
“Ao Vencedor” representa Theophilus, ignorado pelas mulheres até Azazel mexer em seus feromônios (responsável químico pela atração entre macho e fêmea na natureza) e torna-lo irresistível até demais. 
Em “O ruído abafado” descobrimos uma possível causa para a extinção dos dinossauros não muito divulgada, mas que também pode acabar com a raça humana. “Salvando a humanidade” é o exemplo clássico de egocentrismo, onde para compensar a má sorte, um amigo de George (Meneander) deseja poder salvar o mundo através de sua má-sorte/boa-sorte após a ajuda de Azazel e fica com má sorte para computadores, ou seja, todos param de funcionar perto dele.
Assim seria possível após um evento apocalíptico tipo “Matrix”, onde as máquinas dominam a humanidade ou até mesmo “Exterminador do Futuro” onde as máquinas querem destuir a humanidade que somente ele fosse capaz de algo. Resumindo, acaba num hospício. Todos os contos sempre apresentam situações simples na vida de uma pessoa, algo que as torna infelizes ou assim acreditam até a interferência de George e Azazel, seja bloqueio criativo (”Uma questão de princípios”), timidez absurda (”Os males da bebida”), falta de tempo (“Tempo para escrever”), Medo de água (“Deslizando sobre a neve”) e outros.  Sempre filosofando sobre o que é certo e digno, fazendo pouco caso de seu interlocutor, George e Azazel, levam os amigos ao desespero após tentar ajuda-los da forma mais desajeitada possível. 
Trata-se de uma obra única do grande mestre de ficção, que nos mostra que nada pode superar o gênio.

 Rossana
 Resenha de Rossana

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