Título:
AZAZEL
Autor:
ISSAC ASIMOV
Editora: Record
N° Páginas: 222
ISBN:
85-01-03808-3
Gênero: Literatura
Fantástica – Fantasia
O AUTOR
Falecido em
06/04/1992, foi reconhecido ainda em vida um dos “Três Grandes” escritores de
Ficção Científica, juntamente com Robert A Heinlein e Arthur C. Clark.
Sua obra mais
famosa é a série “Fundação”, também conhecida como a “Trilogia da Fundação”.
Escreveu também outros gêneros e é uma dessas suas obras que irei abordar.
A OBRA
AZAZEL é uma
coletânea de contos de ISAAC ASIMOV, primeiramente publicada em 1988. As
histórias tomam a forma de uma conversa entre o autor desconhecido e um amigo
chamada George, capaz de conjurar um demônio de 2 centímetros de altura, ao
qual chama AZAZEL e que possui poderes fabulosos.
Dono de um gênio
impulsivo, AZAZEL interfere na vida das pessoas causando inesperadas e
hilariantes confusões.
Peço aos leitores
que se lembrem ser esta obra uma coleção de sátiras humorísticas. Não esperem
algo contrário por tratar-se de Asimov ou ficarão decepcionados.
Azazel é um demônio
bonzinho, que insiste que seus poderes devem ser usados para fazer o bem a
outras pessoas, mas que acaba sempre em trapalhadas.
Desde o primeiro
conto “O demônio de dois centímetros” podemos ver que George é na verdade um
falastrão! Diz-se descendente de uma família altamente aristocrática, mas sem
recursos, considera-se intelectualmente superior a seu interlocutor e
condescendente com suas limitações.
Dono de um coração enorme e completamente desinteressado
(imagina se isso é verdade!) utiliza maneiras mágicas descobertas por um de
seus antepassados para requisitar a ajuda de Azazel em situações das mais
variadas, interrompendo o pequeno demônio em situações por demais
inusitadas.
Sempre visando
satisfazer a vontade de algum conhecido e adulando o pequeno demônio, George
cria as mais disparatadas situações. Desde melhorar os reflexos de um jogador
de basquete por quem sua afilhada Juniper está apaixonada até melhora a
aparência de outra afilhada que só pensa em fazer o marido feliz, George tenta
fazer a felicidade de seus conhecidos e as falhas, mas não reconhecidas como
tal, sempre recaem sobre a impossibilidade de compreender a humanidade como um
todo pelo demoniozinho.
Em suas histórias
vemos que os interessados em sua ajuda nem sempre possuem os desejos mais
elevados ao solicitá-la, uma vez que em suas próprias palavras, George “acaba
sempre atraindo confidências pela sua aparência de honestidade e nobreza”.
Passamos por situações de vingança, disfarçada em
reconhecimento em “Uma noite de música” e “O sorriso roubado” nos remete ao
“Retrato de Dorian Grey” onde o quadro pintado reflete a situação da alma de
Dorian e no conto, uma foto tratada por Azazel suga toda a felicidade de Kevin,
marido taciturno de Rose, afilhada de George que reclama que o marido anda
muito fechado e gostaria de uma foto de um momento feliz para lembrar-se do por
que se apaixonou pelo marido.
“Ao Vencedor” representa Theophilus, ignorado pelas mulheres até Azazel
mexer em seus feromônios (responsável químico pela atração entre macho e fêmea
na natureza) e torna-lo irresistível até demais.
Em “O ruído abafado” descobrimos uma possível causa
para a extinção dos dinossauros não muito divulgada, mas que também pode acabar
com a raça humana. “Salvando a humanidade” é o exemplo clássico
de egocentrismo, onde para compensar a má sorte, um amigo de George (Meneander)
deseja poder salvar o mundo através de sua má-sorte/boa-sorte após a ajuda de
Azazel e fica com má sorte para computadores, ou seja, todos param de funcionar
perto dele.
Assim seria possível após um evento apocalíptico
tipo “Matrix”, onde as máquinas dominam a humanidade ou até mesmo “Exterminador
do Futuro” onde as máquinas querem destuir a humanidade que somente ele fosse
capaz de algo. Resumindo, acaba num hospício. Todos os
contos sempre apresentam situações simples na vida de uma pessoa, algo que as
torna infelizes ou assim acreditam até a interferência de George e Azazel, seja
bloqueio criativo (”Uma questão de princípios”), timidez absurda (”Os males da
bebida”), falta de tempo (“Tempo para escrever”), Medo de água (“Deslizando
sobre a neve”) e outros. Sempre
filosofando sobre o que é certo e digno, fazendo pouco caso de seu
interlocutor, George e Azazel, levam os amigos ao desespero após tentar
ajuda-los da forma mais desajeitada possível.
Trata-se de uma obra única do grande mestre de
ficção, que nos mostra que nada pode superar o gênio.
Resenha de Rossana
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